60.
ao poema
mandei-o para a musa que o pariu
aos adjectivos
(refinei-me)
chamei-lhes iconoclastas
e ao poema, de novo,
mandei-o copular
com a criatura mais desagradável que me ocorreu
aos verbos
(insultando-os)
chamei-lhes expressões
e, logo de seguida,
arrepanhei toda a literatura do universo
e amesquinhei todas as gramáticas
com o desígnio único
singular
de te sugar
de me desdizer
de me deixar levar
apenas pelo cio
Você estupra com as palavras. Amei!
E o poema é bem mandado?
Pôs-se como un “voyeur”?
…—…
(eu às vezes também me sinto farta de poesia, mas nunca das tuas palavras)
Adorei tropeçar neste lugar…Parabens!:)
apetece-me colar o teu poema
em todos os recantos
da
pele
🙂
levar
e não
voltar
Estou curiosa de mais… vim cá parar não sei como e já não me apetece saír…
Eu também mandaria muita coisa almofadada para sítios inomináveis…
Apetece… às vezes 🙂
Muito bom!